De acordo com o relatório, há indícios da prática de crimes militares, mas não contra a vida de Diego
O inquérito policial aberto para investigar as circunstâncias do atendimento à ocorrência na casa de Diego Scott, em 15 de janeiro, foi concluído pela Corregedoria da Polícia Militar de Laguna. De acordo com o relatório, há "indícios da prática de crimes militares" e "transgressões disciplinares", mas não aponta nada contra a vida do jovem. Diego, de 39 anos, está desaparecido desde aquele dia.
Agora, o inquérito foi encaminhado para o Ministério Público, que tem cinco dias para apresentar a denúncia.
Na tarde daquela sexta-feira, em janeiro, os policiais foram acionados à casa de Diego Scott pela segunda vez para verificar uma discussão familiar entre ele e o pai. No boletim de ocorrência era citado que Diego havia se evadido do local e não estava ali quando o registro foi feito.
Todavia, a família viu o rapaz sendo colocado dentro da viatura e uma câmera flagrou o momento. Instaurado pela PM, o processo de sindicância interrogou os dois policiais envolvidos na ocorrência. Em um primeiro momento, eles mantiveram a versão citada no boletim, mas, ao serem confrontados com as imagens, mudaram o teor dos depoimentos.
Nas perícias realizadas na viatura usada no dia da ocorrência foi detectado vestígio de sangue no assoalho do compartimento de transporte de presos, porém não foi confirmado ser do desaparecido.
“As provas acostadas nos autos, aliadas à falta de materialidade, não trazem elementos suficientes para apontar aos investigados a autoria de crime que tenha como resultado a morte de Diego Bastos Scott”, apontou a capitã Cíntia Leandro, corregedora.
Segundo consta no inquérito, um dos policiais havia restaurado todo o celular no dia da busca e apreensão e confirmou que retornou ao local onde largaram Diego dois dias depois. Porém, a Polícia Militar entendeu que não há indícios contra a vida de Diego.