Equipe do Corpo de Bombeiros Militar de SC trabalha no combate aos incêndios florestais que atingem a vegetação no Mato Grosso do Sul
Desde o começo do mês, uma equipe do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina trabalha no combate aos incêndios florestais que atingem a vegetação do Pantanal. Entre os agentes da força-tarefa, está um nome conhecido da região: o tenente Greison Rocha Bitencourt.
O tenente Rocha é natural do Rio de Janeiro, mas aos três anos de idade veio com a família para Jaguaruna, onde morou até os 18 anos. Enquanto soldado, atuou em Tubarão entre os anos de 2008 e 2018. Atualmente, após a formação no curso de oficial, atua em Xanxerê, no Oeste do Estado. De lá, ele partiu para a missão no Mato Grosso do Sul.
“Nós chegamos aqui no dia 4 de outubro. Ao todo, de Santa Catarina, somos 21 agentes dos batalhões de Xanxerê, Curitibanos, Criciúma, Joaçaba, São Miguel do Oeste e Balneário Camboriú. Trabalhamos de forma autônoma, usando nossas viaturas, abafadores, pás e outros equipamentos. Acredito que, juntando as equipes de outras regiões, somos mais de 300 no combate aos incêndios”, explica Rocha.
O tenente também faz parte da força-tarefa (FT) do Corpo de Bombeiros Militar catarinense. As FTs contam com equipes multidisciplinares, estruturadas para atendimentos em casos de situação extrema, desastres naturais ou calamidades públicas.
“É o que está acontecendo aqui, uma situação muito crítica. Esses incêndios florestais acontecem, mas geralmente se combate de maneira mais fácil. Neste ano, não tivemos o ciclo de chuva, está tudo seco e o vento não contribui. Enfrentamos ainda o fogo subterrâneo, que atinge abaixo da superfície do solo, que é de difícil detecção. Muitas vezes, uma guarnição é cercada pelo fogo e precisa ser socorrida por aeronave”, relata.
Devastação de 33 mil km²
Nos primeiros dias, o trabalho foi feito de forma quase ininterrupta. Segundo Rocha, a chegada de mais agentes, de outras partes do país, fez com que o comando organizasse escalas de folga, mas a missão exige bastante dos profissionais. “É um desafio de muito aprendizado”, completa o tenente. O retorno dos catarinenses está previsto para o dia 20 deste mês, data que pode mudar dependendo de como estará a situação.
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), 14% da área do Pantanal foi queimada apenas em setembro deste ano. O número já supera a área de todo o ano passado e é a maior devastação anual do território causada pelo fogo desde o início das medições, em 2002, pelo governo federal. A área atingida no ano chega a quase 33 mil km².