Esposa do tubaronense preso na Argentina diz que marido passou por “uma verdadeira tortura”
Joel disse à esposa que passou fome nos dias que passou na delegacia, e ficou 63 dias numa solitária. Neste mês ele ficou alguns dias na Penitenciária de San Luis, até ser transferido para a de Ezeiza na última sexta-feira (24).
Na atual penitenciária eles podem utilizar um telefone fixo para que o detento possa se comunicar com a família. Foi assim que ele conversou com a mulher nesta segunda.
“Antes disso a comunicação estava complicada. Ele passou 63 dias na solitária, na delegacia argentina, onde ficou quatro dias sem comer. Tivemos que buscar um escritório, até que eu consegui um advogado que realiza um serviço humanitário e pro bono lá. Joel passou por uma verdadeira tortura”, explicou Míriam.
Mas ele não gostaria de voltar ao Brasil. “Nesse caso, o Joel teria que assumir uma culpa que ele não tem”, analisa Míriam. “Essa foi a motivação dele ir embora”, completa.
“Todos os brasileiros detidos na Argentina têm o desejo de ficar morando, estudando e trabalhando no país. Joel estava atuando como taxista. E de lá conseguia ajudar a família; de alguma forma, ele sempre estava presente”, disse.
“Além disso, não consideramos o processo como tendo um rito normal. O processo não teve início em Tubarão, em 1ª instância, mas sim no STF. Todos os recursos foram para o mesmo ministro. Quando saiu a condenação em fevereiro do ano passado, o Joel já ficou sem esperança, e quando o primeiro recurso foi negado, em abril, ele tomou a decisão de ir embora, com tornozeleira e tudo”, descreve.
O escritório de advocacia de Joel na Argentina entende se tratar de um crime multitudinário (cometidos por um grupo de pessoas em um tumulto), que não existe nas leis daquele país, e por isso está com um recurso em trâmite.
Míriam diz que no processo contra o marido não há um vídeo, foto, impressão digital ou constatação de DNA de Joel dentro de algum órgão dos Três Poderes. “Ele estava em chamada de vídeo comigo o tempo todo, esteve apenas no gramado do pátio, durante as manifestações”, assegura.
“As fotos do Joel que constam no processo são uma selfie no portão do quartel de Brasília, que comprova que ele esteve no Quartel-General (QG), uma foto domingo de manhã que ele tirou com dois caminhões do exército e uma foto que ele tirou com a (cantora gospel) Fernanda Oliver”, diz.
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