Tem gente que fala da menopausa como se fosse um castigo. Um ponto final. Como se a mulher perdesse a cor, o brilho, a força — e até o valor. Um absurdo! Menopausa não é o fim da linha, é só a troca de trilho.
Chega uma fase em que o corpo fala mais alto, sim. Os hormônios fazem festa (ou greve), os fogachos vêm sem aviso, a paciência some de férias. Mas junto com tudo isso, vem também uma liberdade quase selvagem. A liberdade de não agradar mais ninguém, de não pedir licença pra existir, de se despir das expectativas alheias e vestir a própria pele com dignidade e prazer.
A menstruação vai embora, e com ela se despede também aquela cobrança invisível de ser fértil, jovem, sorridente o tempo todo. E o que chega é uma mulher com bagagem, com história, com um tipo de sabedoria que não se aprende em livro.
É nessa fase que muitas descobrem a voz que sempre esteve ali, abafada pelos gritos do mundo. É quando o espelho já não mete tanto medo, porque a gente aprende a se olhar de verdade, com ternura, com perdão. E entende que rugas são medalhas de guerra, e que o corpo, mesmo com suas mudanças, ainda pode — e deve — ser casa de prazer, de afeto e de alegria.
Menopausa não é doença. É um rito de passagem. E toda passagem leva a um novo lugar. Lugar de mais verdade, mais intensidade e menos concessão.
Quem tenta convencer a mulher de que a menopausa é o fim da linha está com medo. Medo da mulher que emerge depois dela: inteira, potente, sem vergonha de ser quem é.
Então, se alguém te disser que acabou, responda com um sorriso calmo e uma frase certeira: acabou o que era pequeno. Agora começa o que é grande.
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