Não sou feita apenas de vitórias.
Minha pele guarda marcas invisíveis, lembranças de quedas, derrotas e silêncios. Sou um mosaico de dores superadas, de pontes que desmoronaram e de estradas que precisei atravessar descalça.
Cada cicatriz me deu uma língua nova para conversar com a vida. Algumas ardem até hoje, mas me ensinaram a não me iludir com superfícies lisas. Outras quase não se veem, mas foram as mais profundas: aquelas que abriram em mim a coragem de continuar quando tudo parecia me dizer para desistir.
Eu não coleciono cicatrizes como quem guarda troféus, mas como quem arquiva provas de sobrevivência. Elas me lembram que não sou frágil como um vidro, sou resistente como um cristal — que pode até trincar, mas continua brilhando.
Se há quem se orgulhe de nunca ter sido ferido, eu me orgulho do contrário: de ter sangrado, de ter chorado, de ter costurado minha própria pele e ainda assim ter seguido.
Eu sou o resultado das cicatrizes que colecionei.
E é por isso que hoje caminho inteira.
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