Defesa diz que ex-presidente está custodiado na superintendência da Polícia Federal em Maceió
O ex-presidente e ex-senador Fernando Collor foi preso na madrugada desta sexta-feira (25) em Maceió (AL) quando se preparava para viajar para Brasília, onde iria se entregar à Polícia Federal.
A detenção imediata do político foi determinada na noite desta quinta (24) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após se esgotarem os recursos no processo no qual ele foi condenado por participar de um esquema de corrupção.
Collor deve ser transferido para Brasília, onde cumprirá pena em regime fechado.
Os advogados do ex-presidente confirmaram a prisão de Collor e disseram que ele foi detido às 4 horas da manhã desta sexta, quando estava se deslocando para Brasília para cumprimento espontâneo da decisão.
Em 2023, o Supremo condenou o ex-presidente a 8 anos e 10 meses de prisão por corrupção e por lavagem de dinheiro, em um desdobramento da Lava Jato. Segundo o Ministério Público, ele recebeu R$ 20 milhões em propinas por negócios da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras na venda de combustíveis. Os pagamentos foram feitos entre 2010 e 2014.
O mandado de prisão de Collor ainda vai passar nesta sexta pelo plenário virtual do STF. Os demais ministros poderão votar entre 11h e 23h59 para dar aval ou revogar a decisão de Moraes. Em novembro do ano passado, por 6 votos a 4, o STF rejeitou recursos apresentados pelo ex-presidente e manteve a condenação.
Nesse segundo recurso, os advogados tentavam derrubar a condenação por corrupção, o que poderia livrar Collor de cumprir a pena inicialmente na prisão. Mas o ministro Alexandre de Moraes considerou que o recurso era apenas protelatório e determinou a prisão imediata e o início do cumprimento da pena em regime fechado.
Além de Collor, os empresários Luiz Pereira Duarte de Amorim e Pedro Paulo Bergamaschi de Leoni Ramos foram condenados pelo recebimento do dinheiro.
A propina seria para viabilizar irregularmente contratos da BR Distribuidora com a UTC Engenharia para a construção de bases de distribuição de combustíveis.
Durante as investigações, a Polícia Federal apreendeu três carros de luxo em uma casa de Collor, em Brasília: uma Ferrari, um Porsche e uma Lamborghini — todos registrados em nome de empresas de fachada.
Segundo as investigações, a compra de carros luxuosos, imóveis e obras de arte era uma estratégia para lavar o dinheiro da corrupção.
Fernando Collor foi o presidente mais jovem da história do país, aos 40 anos. Ele também foi o primeiro presidente eleito por voto direto após o regime militar.
Collor também foi o primeiro presidente a ser afastado por um processo de impeachment, mas acabou renunciando. Ele foi senador de 2007 a 2023, inclusive no período das investigações.
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