Duas funcionárias e um diretor das Apaes de SC também estariam envolvidos no caso
A Polícia Civil, com o apoio do Instituto Geral de Perícias e do Ministério Público de Santa Catarina, realiza na manhã desta terça-feira, dia 10, uma operação para apurar crimes praticados contra a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Lauro Müller.
Estão sendo cumpridos sete mandados de busca e apreensão e quatro de afastamentos temporários das funções. Entre os envolvidos, segundo a polícia, estão o presidente da Apae do município, duas servidoras da entidade e um diretor da Federação das Apaes de Santa Catarina.
O delegado Ulisses Gabriel, coordenador da Operação Tweed, explicou em comunicado enviado para a imprensa que a polícia recebeu denúncias de que diversos crimes estariam sendo cometidos pelo grupo e que o presidente da Apae de Lauro Müller “estaria agindo de forma a embaraçar as investigações, proibindo, inclusive, de que os fatos fossem levados ao conhecimento do MP-SC”.
Na investigação, surgiram elementos da prática dos crimes de coação do curso do processo; peculato; injúria racial; tráfico de medicação controlada; associação para o tráfico; inserção de dados falsos em sistema informatizado da administração pública e associação criminosa.
Por tal motivo, explica o delegado, foram requeridos após manifestação do MP-SC os mandados de busca e apreensão e os mandados de afastamento temporário das funções dos quatro investigados.
Operação Tweed
O delegado Ulisses Gabriel explica o nome da operação. “No século 19, numa cidade do Nordeste, nos Estados Unidos, o prédio do tribunal demorou 20 anos para ser inaugurado. O superfaturamento foi tão grosseiro que um carpinteiro chegou a receber o equivalente a US$ 5 milhões em dinheiro de hoje por 30 dias de serviço. Outro trabalhador, responsável pela argamassa, recebeu atuais US$ 2 milhões por dois dias de serviço. Quando finalmente foi inaugurado, em 1881, o Tribunal do Condado de Nova York, no nordeste dos Estados Unidos, terminou custando o dobro do valor que o país pagou na compra do Alaska. Na época, os desvios foram comandados por William M. Tweed, ou chefe Tweed”, destaca.