Investigação aponta 314 casos de violência sexual cometida por 202 pessoas durante o período de 1975 a 2018
O papa Francisco suspendeu o atual arcebispo alemão de Hamburgo, Stefan Hesse, que apresentou sua renúncia após ser acusado de "violação de deveres" ao ocultar casos de abusos na diocese de Colônia, onde atuava anteriormente. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (29) em comunicado oficial da arquidiocese alemã.
Hesse pediu para deixar o cargo no último dia 18, depois que um estudo independente comissionado pela Igreja Católica revelou centenas de casos de violência sexual por parte de clérigos e leigos na arquidiocese de Colônia, a principal da Alemanha, onde o religioso foi vigário-geral em 2014.
O arcebispo é acusado de 11 casos de negligência por não acompanhar ou denunciar os abusos e não punir ou tratar as vítimas. Ao todo, a investigação aponta 314 casos de violência sexual cometida por 202 pessoas durante o período de 1975 a 2018.
Hesse afirmou, no entanto, que nunca participou de um acobertamento, mas reconheceu que cometeu erros e estava pronto para assumir sua parte da responsabilidade pela falha do sistema. Além disso, pediu para deixar o cargo para evitar danos.
Na semana passada, a arquidiocese de Hamburgo divulgou que o papa enviou a Hesse uma resposta inicial e anunciou ter concedido um tempo-limite para ele, mas não especificou a duração. A expectativa é de que o vigário-geral Ansgar Thim assuma o cargo.