Para analistas, o Brasil está priorizando a economia e não a vida das pessoas
Dois relatores da área de direitos humanos e pobreza da Organização das Nações Unidas afirmaram que as "políticas econômicas e sociais do Brasil colocam milhões de vidas em risco". Para eles, o país deveria abandonar políticas de austeridade e aumentar os gastos para combater a desigualdade e a pobreza exacerbadas pela pandemia do novo coronavírus. O Brasil ultrapassou a China em mortes nesta semana, chegando a 5.017, e já tem mais de 71 mil pessoas infectadas.
Para os analistas, o Brasil está priorizando a economia e não a vida das pessoas. "Economia para quem?", questionaram o especialista em direitos humanos e dívida externa Juan Pablo Bohoslavsky e o relator especial sobre pobreza extrema, Philip Alston. "Não é permitido colocar em risco a saúde e a vida das pessoas, incluindo os profissionais de saúde, pelos interesses financeiros de alguns. Quem será responsabilizado quando as pessoas morrerem por causa de decisões políticas contrárias à ciência?".
Os analistas afirmaram que apenas 10% das cidades brasileiras têm estruturas de terapia intensiva, fundamentais para casos mais graves de coronavírus, e que o Sistema Único de Saúde (SUS) tem metade do número de leitos hospitalares recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Na prática, as críticas não têm resultado concreto e são apenas uma recomendação das Nações Unidas, mas prejudicam a reputação do Brasil. Como lembraram ex-chanceleres e analistas de relações internacionais em debate nessa terça, as políticas do atual governo têm causado o isolamento do país na comunidade internacional.