Veículos eram adquiridos com cheques sem fundos e revendidos rapidamente
A Justiça catarinense condenou um empresário do Sul do estado a 34 anos de reclusão por liderar um esquema de fraudes que causou prejuízos milionários às vítimas.
A sentença, proferida pela 2ª Vara Criminal da comarca de Tubarão, reconheceu a prática de crimes como associação criminosa, estelionato, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
Outros dois homens, um contador e outro que atuava como “laranja”, também foram condenados a penas de 36 e 31 anos de reclusão, respectivamente.
Segundo os autos, o empresário Denis Ortolan Rovaris, líder do grupo, utilizava empresas de fachada e “laranjas” para emitir duplicatas frias e adquirir veículos de luxo com cheques sem fundos.
Os carros eram revendidos rapidamente, muitas vezes antes mesmo de serem pagos, gerando prejuízos e movimentações milionárias em operações suspeitas.
De acordo com o TJSC, o contador Valcenor Magagnin era responsável por maquiar dados contábeis e criar documentos falsos para simular solvência das empresas.
Já o “laranja” William Morais Antônio Ossovski, por sua vez, cedia o nome para figurar como sócio e administrador das empresas. Para isso, recebia pagamentos mensais por sua participação.
A investigação revelou que o empresário mantinha um alto padrão de vida, com viagens internacionais, imóveis de luxo e relógios caros, enquanto ocultava patrimônio em nome de familiares e terceiros.
Além da pena de reclusão, em regime fechado, os réus foram condenados ao pagamento de multas e à reparação dos danos causados às 12 vítimas, que chega perto de R$ 3 milhões, apenas neste processo.
Parte dos bens apreendidos será leiloada para ressarcimento, assim como o dinheiro apreendido. A Justiça determinou o início imediato do cumprimento da pena em regime fechado para o empresário. Os demais poderão recorrer em liberdade. Da decisão, cabe recurso.
Operação
Tubarão e Jaguaruna estão entre as cidades que receberam a Operação Hot Wheels, da Polícia Civil, em julho - que resultou na sentença judicial proferida esta semana envolvendo os três homens. Os crimes foram praticados entre 2023 e fevereiro deste ano.
“Os carros eram repassados pelo investigado para garagistas da região, que realizavam pagamento dos veículos por Pix em contas vinculadas às empresas do qual o suspeito dizia ser sócio, mas as empresas, de direito, estavam em nome de laranjas”, detalhou a polícia na ocasião.
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