Decisão antede a um pedido da força-tarefa que investiga o caso
O juiz da Vara do Crime Organizada da Grande Florianópolis, Elleston Canalli, decidiu nesta segunda-feira (22) enviar para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) o processo que investiga a compra de 200 respiradores pelo governo de Santa Catarina. Isso porque surgiram indícios de uma possível participação do governador Carlos Moisés da Silva no ato. O valor pago pelos equipamentos foi de R$ 33 milhões. Como chefe do Executivo, Moisés tem foro privilegiado.
A decisão antede a um pedido da força-tarefa que investiga o caso. O governador foi citado em uma conversa entre os envolvidos na compra. Segundo o grupo de promotores e delegados, "as referências a tratativas de empresários envolvidos no grupo criminoso diretamente com o governador Moisés (“governador me ligando”, “estamos na linha com o governador” e “o governador já tinha liberado o processo de aquisição”), aliadas aos demais elementos retratados anteriormente sobre o envolvimento pessoal do governador do Estado nos assuntos relacionados à compra pela Secretaria de Estado da Saúde, apontam possível intervenção determinante dele na definição e forma da compra, o que também é corroborado pelo fato de se tratar da aquisição mais relevante do Estado naquele momento inicial da pandemia".
Segundo Canalli, "apontada a possível participação do Excelentíssimo Senhor Governador do Estado de Santa Catarina na aquisição de equipamentos supostamente criminosa, deve este Juízo abster-se de qualquer valoração dos elementos de prova agora surgidos e mencionados pelas autoridades responsáveis pelas investigações, sob pena de indevida invasão de competência jurisdicional alheia".