Acordar na segunda-feira é como emergir de um sono profundo para um mar agitado. O alarme soa como uma sirene de guerra, arrancando-nos de um refúgio de sonhos que insistimos em esticar até o último segundo. O corpo pesa mais do que em qualquer outro dia, e a mente já começa a fazer cálculos rápidos de quantas horas faltam até o próximo final de semana.
Há quem veja a segunda como vilã, a responsável por levar embora o conforto do domingo e colocar um freio nos prazeres da vida. É o dia em que o despertador parece mais cruel, o café menos encorpado e a distância até o trabalho mais longa. O trânsito se arrasta, e os rostos nas ruas refletem um misto de resignação e cansaço. Todos sabemos o que nos espera: a avalanche de e-mails, as reuniões infindáveis, as tarefas acumuladas. Parece que o mundo inteiro está mais pesado e mais cinza na segunda-feira.
Mas e se olharmos com outros olhos? E se a segunda-feira não fosse o inimigo, mas sim o recomeço mascarado que a rotina nos dá? Quem sabe, ao invés de vê-la como o fim do descanso, possamos encará-la como uma página em branco, pronta para ser escrita com novas histórias, decisões e desafios.
A segunda-feira, afinal, é o primeiro passo de uma nova semana. É a oportunidade que o calendário nos dá de consertar o que ficou pendente, de tentar de novo o que não deu certo e de começar algo que ainda não teve chance de florescer. Ela nos lembra que os ciclos se renovam e que, por mais difícil que pareça, sempre há um novo início esperando por nós.
Se trocássemos o mau humor matinal por um pouco de otimismo, talvez enxergássemos o potencial escondido nas manhãs de segunda. Aquela chance de organizar a vida, de traçar novas metas, de definir pequenos passos que nos levam para onde queremos estar. Quem sabe, ao abraçar a segunda-feira como parte essencial da jornada, possamos até encontrar um pouco de beleza no recomeço.
Então, na próxima vez que o despertador tocar e o desejo de permanecer na cama for avassalador, lembre-se: a segunda-feira não é apenas o retorno à rotina. Ela é o convite a um novo início, uma nova chance de fazer tudo um pouco melhor do que na semana anterior. E, no fim das contas, talvez seja isso que torna as segundas-feiras tão necessárias — o seu jeito sutil de nos lembrar que sempre há um novo começo, mesmo que mascarado de preguiça.
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