(inspirada na frase de Fabrício Carpinejar)
A má escolha é sorrateira. Chega bonita, promissora, cheia de promessas bordadas com urgência. A gente se encanta, porque tem algo nela que brilha — mesmo que seja um brilho plástico, desses que se desfazem na primeira chuva.
Ela parece certa. Ela parece a escolha. Mas o tempo… ah, o tempo é um velho sábio. Ele vai desfiando os nós, revelando as rachaduras, mostrando que aquilo que parecia porto seguro era só miragem no meio do deserto.
Já a boa escolha é diferente. Não precisa de aplauso, nem de efeitos especiais. Ela é discreta, mas tem presença. Não grita, mas fala com firmeza. E o corpo sente: é como calçar um sapato confortável, encaixar a alma num abraço ou respirar fundo depois de dias sufocando.
A boa escolha tem o gosto da paz.
A má, o sabor amargo do arrependimento tardio.
Mas não se culpe. Às vezes, só errando é que a gente aprende a ouvir a intuição. Só tropeçando é que entendemos o valor do caminho firme. E só vivendo é que descobrimos:
o tempo revela tudo,
mas o coração — quando silenciado o medo — sempre soube.
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