Muitas vezes, a gente se pergunta: por que alguém insiste em escolher amores impossíveis, frios, distantes ou até perigosos? Parece loucura, mas não é. É memória. É o cérebro confundindo o que é familiar com o que é seguro.
A infância deixa marcas invisíveis. Relações com afeto escasso, atenção racionada ou amor condicionado criam padrões que se escondem no inconsciente. Então, quando adultos, seguimos procurando o mesmo roteiro, como se fosse a única peça de teatro que sabemos atuar. A dor se veste de hábito e o hábito se fantasia de amor.
É cruel, mas real: a gente se sente em casa até no que machuca, porque já conhece o terreno. O abraço distante, o silêncio que grita, a paixão instável… tudo isso pode soar mais confortável do que um amor calmo, íntegro e verdadeiro, simplesmente porque o novo dá medo.
Mas existe um detalhe bonito: padrões não são sentenças. Eles podem ser quebrados. Quando o coração entende que merece mais do que apenas repetir velhas histórias, nasce a chance de escrever uma nova.
E aí, sim, o familiar deixa de ser prisão para virar escolha.
Receba outras colunas direto em seu WhatsApp. Clique aqui.