A gente só entende o valor do cuidado quando se vê diante do estrago. E, às vezes, é tarde demais. É como aquela torneira que pinga há dias — e a gente empurra com o ombro o conserto, até que o vazamento inunda a casa. Ou o silêncio em um relacionamento, que vai crescendo devagarinho, e a gente ignora… até que o amor desmorona.
O cuidado exige presença, atenção, constância. Exige o gesto pequeno feito todo dia: olhar nos olhos, regar a planta, ouvir sem pressa, mandar uma mensagem, fazer o exame de rotina, dizer “eu te amo” antes de sair. Não custa muito — e, ainda assim, é o que mais adiam.
Porque o reparo dói. É remendo onde havia tecido inteiro. É reconstrução onde havia alicerce. É pedido de desculpa depois que a mágoa já cavou morada. É terapia depois do colapso, é cirurgia depois da negligência, é separação depois do descuido.
É que o cuidado não grita. Ele sussurra. Mas o abandono berra — e aí, a gente escuta. Pena que tarde.
Seja com o corpo, com a saúde mental, com os sentimentos, com a casa, com os filhos, com os pais, com o parceiro, com os sonhos… cuidar sempre sai mais barato do que tentar consertar depois. E mesmo que você consiga consertar, nunca será exatamente igual.
Quem cuida antes, economiza dor depois.
Receba outras colunas direto em seu WhatsApp. Clique aqui.