“Ansiedade é arrombar uma porta que já estava aberta.”
Essa frase do Carpinejar retrata com precisão a natureza da ansiedade: um esforço desnecessário, uma pressa desesperada que tenta resolver o que já estava, de alguma forma, ao alcance. A ansiedade nos faz lutar contra nós mesmos, contra o que ainda nem existe, contra fantasmas que criamos e que só servem para nos roubar a paz.
Quando estamos ansiosos, perdemos a capacidade de ver as coisas com clareza. É como se ficássemos cegos para a realidade e só enxergássemos um problema à nossa frente, um obstáculo enorme que precisamos vencer. Queremos tanto que as coisas aconteçam da nossa maneira e no nosso tempo que nem percebemos que, às vezes, a solução está ali, esperando pacientemente para ser notada.
Carpinejar, com sua simplicidade poética, nos faz entender que a ansiedade é essa pressa desmedida, essa vontade de forçar o que já poderia estar fluindo. Ao tentar “arrombar” a vida, nos esquecemos de confiar nela. De que adianta o desespero, a inquietação, se as respostas talvez já estejam ali, prontas para serem descobertas?
A ansiedade faz barulho, enquanto a vida, por vezes, pede silêncio. Ela nos faz insistir em abrir portas que já estão escancaradas, insistir em desatar nós que nem existem. Porque talvez o segredo seja esse: respirar fundo, diminuir o ritmo e aceitar que nem tudo precisa ser tão urgente quanto parece.
Ansiedade é o medo de que o tempo nos traia, de que a vida passe sem nos avisar. Mas, ironicamente, é a ansiedade que faz com que percamos o agora. O que está do outro lado da porta não vai a lugar nenhum — e talvez o que precisamos mesmo é parar, respirar e perceber que o que buscamos já estava aqui o tempo todo.
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