Houve um tempo em que três dos maiores partidos do Brasil eram comandados por catarinenses. Luiz Henrique da Silveira presidiu o MDB (de 1993 a 1996), Esperidião Amin comandou o PP (então PPR, de 1993 a 1995, atual Progressistas) e Jorge Bornhausen presidiu o PFL duas vezes (de 1985 a 1987 e de 1993 a 2007, depois DEM e hoje União Brasil).
O protagonismo catarinense na política nacional era tão grande que Bornhausen foi ministro em dois governos (Sarney e Collor), Luiz Henrique foi ministro também durante o governo Sarney e Amin foi candidato a presidente da República em 1994. Esse tempo passou e o que vemos hoje, infelizmente, é uma atuação vergonhosa de nossos atuais representantes.
Hoje, temos três deputados federais sob o risco de perder o mandato por terem tomado à força um poder da República, ao ocuparem a mesa diretora e impedirem que o presidente da Câmara dos Deputados pudesse exercer o seu trabalho. Zé Trovão, Júlia Zanatta, Caroline de Toni e mais 11 deputados de outros estados tiveram um processo aberto por obstrução.
Pode não dar em nada – dificilmente dará –, mas mostra o nível de políticos que temos atualmente. Mesmo o Amin já não é mais o mesmo. Participou da missão aos EUA com outros senadores para tentar reverter o tarifaço. Nenhum deles lembrou de falar diretamente com Eduardo Bolsonaro? Bastava uma ligação e ainda teriam economizado com a viagem.
Nosso estado, que se orgulha de ser a Europa catarinense, o melhor nisso, o melhor naquilo, certamente não conta com os melhores políticos. Pior é constatar que nos outros estados o nível não é melhor, dado que esses três aloprados não agiram sozinhos, mas com uma turba de engravatados que repetiu o 8/1, querendo impor a sua vontade sobre a maioria.
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