Passamos a semana inteira aguentando bolsonaristas e o mercado financeiro insistindo que Geraldo Alckmin assumisse a presidência, no lugar de Lula. Sendo um vice-presidente discreto e, sobretudo, muito ético, Alckmin não seria uma espécie de Temer 2 e jamais entraria para a história como mais um vice-presidente golpista.
Alckmin foi bombardeado nas eleições pelos bolsonaristas, que o chamavam de traidor por apoiar a aliança democrática que se formou em torno de Lula, contra as ameaças golpistas de Bolsonaro. Da mesma forma, era olhado com muita desconfiança por parte dos petistas mais ardorosos, por conta da velha rivalidade.
Por isso, chega a ser irônico que o antes execrado Alckmin fosse agora tão aclamado por bolsonaristas e pelo mercado. Mas, suprema ironia, não estão errados. Se o Brasil vier a precisar de Alckmin, em algum momento, encontrará nele um excelente político, que certamente fará uma ótima gestão, por isso foi escolhido por Lula.
Mas se o vice tivesse sido o general Braga Netto, que foi a escolha de Bolsonaro para o cargo na eleição de 2022, não poderíamos esperar coisa boa. Em novembro de 2022, após a eleição de Lula, ele dizia para manifestantes reunidos em frente ao Palácio da Alvorada: “Não percam a fé”, insinuando que Lula não subiria a rampa.
O ministro do STF, Alexandre de Moraes, afirmou que o ex-ministro de Bolsonaro, preso neste sábado, utilizou técnicas “militares e terroristas” no planejamento da execução da trama golpista, que começaria com o assassinato de Lula, Alckmin e do Xandão. Deus, que deve ser brasileiro mesmo, nos livrou deste mal. Nunca perdi a fé.
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