Maior convivência dos casais durante a pandemia é apontada como um dos motivos do crescimento do índice
Os casos de violência doméstica tiveram um aumento de 22% este ano, de janeiro a agosto, em relação ao mesmo período do ano passado na área de abrangência do 5º Batalhão de Polícia Militar, que inclui Tubarão, Capivari de Baixo, Jaguaruna, Pedras Grandes, Treze de Maio e Sangão. O crescimento está em parte relacionado à pandemia do coronavírus, já que muitos casais passaram a conviver mais em casa.
Outro fator que pode ter influenciado no aumento é a suspensão das visitas às vítimas acompanhadas pela Rede Catarina de Proteção à Mulher após o início da pandemia, em março. Implantado em março de 2019 em Tubarão, o programa atendeu 105 mulheres no ano passado, com a realização de 402 visitas preventivas. Em 2020, foram 175 visitas até março.
"Estamos apenas fazendo os encaminhamentos e acompanhamento via telefone das vítimas que já estavam no programa e necessitam do atendimento, além, é claro, dos atendimentos dos casos de emergência. Esse também é um fator que pode ter influenciado no aumento dos casos. Questionário aplicado às vítimas em Tubarão apontou que 87,5% delas não voltaram a ser vítima de violência doméstica após pela Rede Catarina", explica a capitão PM Cínthia Mendes Leandro, coordenadora da Rede Catarina de Proteção à Mulher no 5º BPM.
A campanha “Agosto Lilás”, alusiva à data de aprovação da Lei Maria da Penha, que completa 14 anos, vem destacar a necessidade de reflexão sobre o tema e engajamento social na prevenção à violência, e lembrar os direitos da mulher e as formas de denunciar. Denúncias podem ser feitas através do telefone 190 ou do aplicativo PMSC Cidadão, disponível nas versões IOS e Android.