Um preso é um militar da ativa do Exército Brasileiro, um praça temporário, suspeito de participar ativamente de encontros neonazistas
A Operação Overlord, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), cumpriu mandados em três cidades de Santa Catarina: Jaraguá do Sul, Pomerode e Cocal do Sul.
A operação visa desarticular um grupo investigado por promover discursos de ódio, antissemitismo, apologia ao nazismo e por planejar atos violentos em diferentes regiões do país.
A operação resultou no cumprimento de oito mandados de busca e apreensão, além da prisão preventiva de quatro integrantes. Também estiveram envolvidos os municípios de São Paulo (SP), Taubaté (SP), Curitiba(PR), Caxias do Sul (RS) e Aracaju (SE).
Entre os presos, destaca-se um suspeito de exercer a liderança do grupo e que estaria envolvido diretamente em um homicídio ocorrido em 2011, quando um jovem do movimento punk foi assassinado. O crime, motivado pela ideologia do agressor, evidencia o alto grau de violência fomentado pelos investigados por integrarem a organização, afirma o Gaeco.
Outro preso é um militar da ativa do Exército Brasileiro, um praça temporário, suspeito de participar ativamente de encontros neonazistas. Embora os crimes preliminarmente atribuídos a ele não estejam diretamente relacionados às suas funções militares, seu conhecimento avançado em táticas de combate e armas de fogo aumenta significativamente o nível de risco associado à sua participação no grupo.
A investigação também revelou que o grupo mantinha uma banda que se apresentava em eventos neonazistas em várias regiões do Brasil. Nesses encontros, bandeiras com suásticas eram exibidas e discursos de ódio atraíam um número crescente de seguidores. Alguns dos eventos chegaram a reunir mais de 30 pessoas.
Os membros do grupo se autodenominam skinheads neonazistas e adotam como símbolo o Sol Negro – um emblema associado ao ocultismo nazista e à supremacia ariana, com um fuzil AK-47 ao centro. Esse símbolo representa, na visão dos investigados, tanto a supremacia branca quanto a glorificação da violência, indicando a disposição do grupo para o uso da força em sua imposição ideológica.
Adicionalmente, foi identificado que o grupo realizava uma cerimônia de “batismo” para novos membros. Esse ritual de iniciação tinha como objetivo fortalecer os laços internos e reafirmar a adesão à ideologia extremista, sendo considerado crucial para a coesão e expansão do grupo.
Os locais das prisões destes suspeitos não foram revelados, e onde ocorriam as cerimônias de batismo, bem como os shows das bandas, não foram revelados neste momento.
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