Otorrinolaringologista da Pró-Vida explica por que isso pode acontecer
Desde o início da pandemia, ainda existem muitas dúvidas sobre as manifestações causadas pelo novo coronavírus. Algumas pessoas apresentam perda de olfato e de paladar. Dois sintomas que podem auxiliar na identificação da contaminação nas fases iniciais da doença.
“Ainda pouco se sabe sobre o mecanismo que leva à perda de olfato, sintoma que tem se apresentado frequentemente entre as pessoas infectadas pelo novo vírus. Acreditava-se que uma das hipóteses sobre essa ocorrência seria a de que o vírus infectava os chamados neurônios olfatórios, responsáveis por captar os mais diversos aromas e transmiti-los para o cérebro", relata o otorrinolaringologista Carlos Eduardo Monteiro Zappelini, médico da Pró-Vida, de Tubarão.
"Entretanto, pesquisadores de Harvard evidenciaram que, na verdade, o tecido adjacente aos neurônios que realmente é afetado, gerando processo inflamatório com edema local, impedindo que as informações cheguem aos neurônios olfatórios”, explica.
Apesar da ausência do olfato, associado ou não à ausência do paladar, ser um dos sintomas da covid-19, após a recuperação da doença, muitas pessoas têm relatado permanecer por muito tempo ainda sem a efetividade dos sentidos.
“Os neurônios olfatórios não possuem os receptores para serem afetados diretamente pelo vírus, mas o próprio sistema de defesa imunológico pode desencadear uma resposta que gera um dano a esses neurônios. Devemos aguardar esse tempo de recuperação”, orienta o otorrinolaringologista.
Outras infecções virais e até mesmo uma gripe também podem causar a perda dos sentidos olfativos e paladares.