Milhares das pessoas foram às ruas em Buenos Aires cinco anos após a morte de Alberto Nisman
Um protesto em Buenos Aires neste sábado (18) cobrou explicações para a morte do promotor Alberto Nisman, ocorrida há cinco anos. Ele investigou o atentado à associação judaica AMIA em 1994 e havia acusado a atual vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, de acobertar iranianos supostamente envolvidos no caso.
Nisman tinha 51 anos em 18 de janeiro de 2015, quando apareceu morto com um tiro na cabeça em seu apartamento no bairro nobre de Puerto Madero, em Buenos Aires.
A manifestação reuniu milhares de pessoas na capital argentina. Elas acreditam que não houve suicídio, e sim, assassinato. O jornal "Clarín" relata que alguns manifestantes chegaram a chamar Kirchner de "assassina" e empinaram bonecos infláveis da vice-presidente, que governou o país entre 2007 e 2015 — ano da morte de Nisman.
Em 2018, a Câmara Federal da Argentina concluiu que a morte de Nisman se tratou de um homicídio, e não um suicídio. Porém, o caso continua aberto, sem que se saiba quem matou o promotor.
Este ano, a Delegação de Associações Israelitas Argentinas (DAIA), a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA) e a família de Nisman optaram por uma cerimônia no domingo, no cemitério judeu de La Tablada. É lá que o procurador está enterrado.
O presidente da Argentina, Alberto Fernández — de quem Kirchner é vice —, participará na próxima quinta-feira, em Israel, de ato em memória pelos 75 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz. Será a primeira viagem ao exterior do presidente neste mandato.