O caso ocorreu na Tailândia. O médico morreu após contrair a doença
A Tailândia relatou o primeiro caso fatal de coronavírus transmitido de um paciente morto a um médico legista. O caso, segundo especialistas, aumenta as preocupações de segurança com os trabalhadores de necrotérios e funerárias em meio à pandemia global, que já matou quase 120 mil pessoas pelo mundo.
"Este é o primeiro relatório sobre infecção e morte por covid-19 entre médicos de uma unidade de Medicina Legal", que manipulam apenas cadáveres, disse estudo publicado ontem pelo Journal of Forensic and Legal Medicine. Os autores da pesquisa, Won Sriwijitalai, do RVT Medical Center, e Viroj Wiwanitkit, da Universidade Médica Hainan da China, reforçam que não há dados sobre o número exato de cadáveres contaminados, já que o país não costuma fazer exames de coronavírus em pacientes mortos.
A patologista Angelique Corthals, da Faculdade de Justiça Criminal John Jay, na Universidade de Nova Iorque, no entanto, acredita que é preciso rever os protocolos de higiene e segurança dos médicos que lidam com corpos: "Não apenas os médicos legistas, mas os técnicos do necrotério e as pessoas nas funerárias precisam tomar cuidados extras".
A morte do médico que contraiu o vírus de um cadáver foi apenas o segundo caso de óbito por coronavírus entre profissionais da saúde na Tailândia.