A decisão aponta que houve um processo de 'demonização' das vítimas após a prisão preventiva
Um pastor evangélico de 53 anos foi condenado a 40 anos de prisão por crime de violação sexual mediante fraude, por 13 vezes. Aproveitando-se da fé religiosa das vítimas, da confiança nele depositada pela função que exercia e a pretexto de prestar apoio espiritual, ele abusou de oito mulheres (sendo duas adolescentes na época dos crimes) e um homem. A decisão é da 2ª Vara Criminal da comarca de Tubarão.
Segundo a denúncia do Ministério Público, os crimes aconteceram entre 2011 e 2021, dentro da igreja, na residência de algumas vítimas e em um salão de beleza. O pastor ficava a sós com as vítimas, sob o pretexto de praticar uma oração.
A decisão pontua que “mesmo após a prisão e revelação na mídia dos fatos denunciados, não faltaram vozes respeitáveis defendendo o acusado, inclusive a própria igreja que permaneceu defendendo-o e transformando as vítimas em culpadas, em verdadeiro processo de “demonização”. Além disso, analisa que uma circunstância que ficou evidenciada no processo foi a extrema sujeição dos fiéis e dos membros da igreja ao réu, inclusive de algumas vítimas.
O denunciado foi condenado ainda a indenizar cada uma das vítimas por danos morais quanto aos crimes contra a dignidade sexual em R$ 7 mil, para cada vítima de apenas um fato, e R$ 15 mil para uma vítima que suportou o abuso em cinco oportunidades. O valor das indenizações totaliza R$ 71 mil.
Preso preventivamente desde 4 de novembro de 2022, ele teve negado o direito de recorrer em liberdade. O processo tramita em segredo de justiça.
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