À redação do Sul Agora, o padre Claudemir Serafim afirmou que segue nota da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé
Uma declaração feita por um padre do município de Pedras Grandes durante uma missa tem gerado indignação entre a população que vê na vacina a esperança de vencer a pandemia do coronavírus. O padre Claudemir Serafim pregou que as vacinas são produzidas a partir de fetos abortados.
"O vírus não é católico. Porque odeia o nosso Senhor e tem fechado as igrejas. E a salvação, para a nossa vida, nossa alma, não está na vacina. Há vários problemas morais em relação à própria vacina, que está comprovado que é feita com fetos abortados, dos milhões de abortos, muito mais elevados que as mortes por coronavírus do mundo", afirmou durante a celebração, disponível na página da paróquia no Facebook.
A redação do Sul Agora conversou com o padre na tarde desta terça-feira (2). Inicialmente, ele disse que não tinha a intenção de se manifestar. Porém, afirmou que há uma nota da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé - uma das congregações da Cúria Romana, órgão da Santa Sé -, aprovada pelo papa Francisco, que reconhece a existência de vacinas feitas com "linhas celulares de fetos abortados".
"Mesmo aprovando a vacina, diante de um mal maior que é a epidemia da covid, (o documento) sugere que os laboratórios farmacêuticos procurem criar vacinas moralmente aceitáveis e que não cause problemas de consciência às pessoas", justifica. "O documento também entende que o uso da vacina não seja obrigatório, embora sugira que as pessoas que não irão receber a vacina continuem a se utilizar dos meios profiláticos", acrescenta.
Em dezembro de 2020, após a crítica de grupos antiaborto ao fato de alguns imunizantes usarem linhagens celulares criadas a partir do tecido de embriões, o Vaticano defendeu o uso das vacinas contra a covid-19. O Sul Agora entrou em contato com o bispo Dom Francisco Salm para saber se a diocese de Tubarão se manifestará de alguma forma sobre o caso, mas não obteve resposta.