Três meses depois da última enchente, a redragagem do Rio Tubarão segue na promessa
Três meses depois da última enchente, a redragagem do Rio Tubarão segue como estava há quase 40 anos: apenas na promessa. “E o pior, com mais 300 milímetros de chuva, por exemplo, em muitos pontos do Centro de Tubarão as margens tendem a cair e a estragar até o asfalto”, alerta o ex-prefeito de Jaguaruna Claudemir Souza dos Santos, líder do grupo de voluntários que acompanha o problema de perto desde 2012.
“Até agora, foram 44 reuniões, e nada. E mais de R$ 2,7 milhões investidos em projetos”, completa. A secretaria de Infraestrutura do Estado é a responsável atualmente pela obra, e os trâmites burocráticos junto ao Instituto de Meio Ambiente ainda impedem seu início.
Dias depois da tragédia de 5 de maio deste ano, decidiu-se executar a redragagem da foz da bacia, em Laguna, em direção a Tubarão. Em uma área definida como lote 1, estima-se a retirada de três milhões de metros cúbicos de areia e outros materiais pesados do fundo da bacia. No total, até a antiga ponte férrea em Tubarão, são sete milhões de metros cúbicos, o que demandará investimentos de R$ 500 milhões, aproximadamente, segundo Claudemir.
Para recompor as margens atingidas no início de maio, a informação é de que o governo do Estado já destinou R$ 5 milhões para a prefeitura, informou Claudemir. No dia 28 de maio, em Tubarão, o governador Carlos Moisés chegou a dizer que estava tudo certo para iniciar a redragagem. “Depois da última enchente, foram mais três reuniões entre a comissão de acompanhamento e gestores do Estado. Entre as conclusões, a necessidade de criar mais um canal extravasor na Lagoa da Manteiga e a manutenção da Barra do Camacho, em Jaguaruna. A construção de barragens foi descartada”, completa.
Infraestrutura aguarda a licença ambiental
No próximo dia 24 vence a licença ambiental prévia que possibilitaria o início das obras. Mas, segundo Rafael Marques, que faz parte da Comissão de Acompanhamento dos Projetos para Desassoreamento do Rio Tubarão, ainda está sendo aguardada a posição da secretaria de Infraestrutura do Estado, responsável pela obra.
De acordo com o secretário adjunto da Pasta, Alexandre Martins, quando a secretaria retirou da Defesa Civil e assumiu o projeto, alguns trâmites vêm sendo tratados, entre eles mudanças na área que deverá ser feita a obra.
“Primeiro, classificamos o trecho, que irá da ponte férrea em Tubarão até o canal da Barra, em Laguna. Como os valores podem ultrapassar R$ 700 milhões, dividimos em quatro lotes. E é justamente agora para o primeiro trecho que aguardamos a licença ambiental definitiva, para dar início à obra ainda este ano”, explica.
Alexandre ressalta que a redragagem na parte central de Tubarão — que iria da ponte Cavalcante até a ponte férrea — não obteve a licença ambiental por se tratar de uma área com muito risco de desmoronamento das margens caso viesse a ser realizada a obra. “Por isso, destacamos esse outro trecho até o canal da Barra”, pontua.
A primeira etapa da obra será a batimetria, que servirá para calcular o quanto de material deverá ser retirado para posterior licitação. “Para iniciar a obra, é necessário ter a licença ambiental. Só então daremos início ao processo de licitação. Já pedimos urgência à aprovação, via gabinete do governador, porque queremos dar início ainda este ano”, completa o secretário.
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