Objetivo é melhorar a resposta a eventos extremos e possibilitar uma gestão hídrica mais planejada e sustentável
Santa Catarina está realizando o maior investimento em mitigação de enchentes de sua história, com um plano abrangente de infraestrutura hídrica que totaliza R$ 342 milhões para os anos de 2024 e 2025.
O projeto inovador foca especialmente no Vale do Itajaí. Entre as iniciativas estão a modernização de barragens, a construção de novas estruturas, reformas de diques e melhorias nos rios.
Melhoramento fluvial e limpeza de rios
No Alto Vale do Itajaí, a cidade de Rio do Sul está avançando na segunda etapa do melhoramento fluvial, um investimento de R$ 16 milhões. A obra, já em fase avançada, prevê a remoção de mais de 67.000 m³ de sedimentos acumulados no fundo do rio, um volume equivalente a 4.786 caminhões caçamba. Com término inicialmente previsto para 11 de novembro, o prazo será estendido para garantir uma execução completa.
Outro município onde serão realizadas melhorias é Rio do Oeste, que enfrenta enchentes recorrentes. Recentemente, o governo lançou a licitação para a limpeza dos rios Itajaí do Oeste e das Pombas, estimada em até R$ 10 milhões.
Com início previsto para breve, a intervenção inclui a remoção de árvores exóticas e materiais acumulados pelas cheias, visando melhorar o escoamento das águas. A definição da empresa responsável pela obra deve ocorrer ainda neste mês de novembro.
Reforma e automação de barragens
Entre os projetos de maior impacto estão as reformas das barragens que compõem o sistema de contenção de cheias de Santa Catarina. A barragem de Ituporanga, construída em 1976, passará por sua primeira reforma completa, com um investimento de R$ 23,3 milhões.
As obras incluem a substituição das comportas, recuperação da blindagem metálica e a automação do sistema, permitindo o controle remoto pela Defesa Civil em Florianópolis.
Novas barragens: Mirim Doce, Botuverá e Petrolândia
Nesta semana, o governo estadual lançou as licitações para construir as barragens de Mirim Doce, no Alto Vale, e Botuverá, no Médio Vale. Essas estruturas serão as primeiras barragens construídas diretamente pelo governo catarinense, ao lado das três já existentes — Taió, Ituporanga e José Boiteux — que foram projetadas e executadas pelo governo federal e repassadas para a Defesa Civil de SC em 2012.
A barragem de Mirim Doce, no Rio Taió, está orçada em aproximadamente R$ 97,1 milhões e será capaz de conter cerca de 12,63 bilhões de litros de água. A de Botuverá, no Rio Itajaí-Mirim, terá uma capacidade de 20,20 bilhões de litros e está estimada em R$ 155 milhões.
Além dessas, está prevista a construção da barragem de Petrolândia, com investimento de R$ 72 milhões. O projeto já se encontra em fase de aprovação licitatória e, uma vez iniciado, deverá contribuir significativamente para a segurança hídrica nas áreas urbanas do Médio e Alto Vale do Itajaí. Essas novas barragens são consideradas fundamentais para fortalecer o sistema estadual de contenção de cheias e reduzir os riscos associados a inundações frequentes na região.
Um marco histórico na prevenção de enchentes
Ao concluir essas obras, o governo de Santa Catarina espera não apenas melhorar a resposta a eventos extremos, mas também possibilitar uma gestão hídrica mais planejada e sustentável. “Esse compromisso com a segurança dos catarinenses evidencia a prioridade dada pelo estado à proteção de suas comunidades e ao fortalecimento da infraestrutura hídrica, marcando um novo capítulo na história da prevenção de desastres naturais em Santa Catarina”, conclui o secretário Fabiano de Souza.
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