Nascida na indústria espacial, técnica pode fornecer elevada potência distribuída instalada em pequenos volumes a preços competitivos
A Diamante Energia e a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) assinaram nesta terça-feira (17) um contrato para o desenvolvimento de tecnologias voltadas a microrreatores nucleares no Brasil. A cerimônia foi realizada no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em Brasília.
O projeto será executado no Instituto de Energia Nuclear (IEN), no Rio de Janeiro, e na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte. A proposta prevê, nos próximos oito a dez anos, a construção de unidades compactas com potência de 5 MW, instaladas em contêineres selados.
Microrreatores nucleares são pequenos sistemas de geração de energia que oferecem segurança, portabilidade e potencial para abastecer regiões isoladas, indústrias, sistemas de dessalinização e produção de hidrogênio verde.
Nesta fase inicial, será construída a Unidade Crítica (UCri), um reator experimental de 100 W para testar parâmetros de segurança e eficiência. O projeto inclui também bancadas para testes termohidráulicos e termomecânicos.
Segundo a ministra Luciana Santos, o projeto representa uma convergência entre “ousadia científica, capacidade industrial e visão estratégica”. Já o presidente da Diamante Energia, Pedro Litsek, destacou que a nova geração nuclear pode impulsionar o desenvolvimento regional, gerar empregos qualificados e contribuir para a transição energética.
Esta é a primeira vez que um projeto da Finep envolve nove instituições de pesquisa de três regiões do país, com foco em inovação, sustentabilidade e segurança energética. Além disso, o projeto estuda a viabilidade dos microrreatores em municípios com menos de 20 mil habitantes — que representam 68% das cidades brasileiras.
A estimativa é que as primeiras unidades brasileiras estejam operacionais até 2035.
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