Objetivo da ação é controlar a população de morcegos que, além de atacar animais, podem ser transmissores da raiva
Médicos veterinários do Departamento Regional da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), de Tubarão, realizaram no último mês a captura de morcegos hematófagos nos municípios de Imaruí e Pedras Grandes. A espécie se alimenta exclusivamente do sangue de outros animais.
De acordo com a médica veterinária e gestora de Defesa Agropecuária do Departamento Regional de Tubarão, Angela Zimmermann, o objetivo da ação é controlar a população de morcegos que, além de atacar animais das propriedades rurais da área, podem ser potenciais transmissores da raiva.
A captura é feita à noite, quando os morcegos saem em busca de alimentos, e a armadilha, uma espécie de rede, é posta na área onde o animal costuma atacar.
“Após realizarmos educação sanitária nas propriedades, conseguimos identificar os abrigos em um entreposto no município de Imaruí e em uma mina abandonada no município de Pedras Grandes, a identificação foi graças ao apoio dos produtores que relataram a existência desses abrigos naquela região. Instalamos a rede próxima as entradas dos abrigos. Apesar de terem um sonar, os morcegos não conseguem identificar a presença da rede e assim conseguimos capturá-los”, explica a veterinária Angela.
Em 2018 e 2019, os dois municípios foram regiões de incidência de raiva e a Cidasc vem intensificando o monitoramento e o cadastramento dos abrigos nos dois municípios. Desde janeiro de 2020, de acordo com a equipe responsável pelo monitoramento e captura, não foi mais registrado casos de raiva nos animais da região.
Os morcegos capturados são separados e somente os hematófagos recebem a aplicação da pasta vampiricida, que faz o controle da raiva. “Todos os morcegos podem carregar o vírus da raiva, mas para que ocorra a transmissão é necessário o contato da saliva com o sangue. Por isso, os vampiros, são os maiores transmissores. Daí a importância de receberem a pasta (vampiricida), à base de anticoagulante, que é levado para dentro dos abrigos pelos animais capturados”, esclarece a gestora.
Após serem tratados, 10% dos morcegos são encaminhados para análise laboratorial que confirma se a colônia é portadora da raiva, e os demais animais são soltos.