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GERAL
29/01/2025 06h38

Bebê que nasceu de 24 semanas e 700 gramas recebe alta de hospital após quatro meses

Eduarda e Adauto tentaram ter filhos por dez anos, sem sucesso, até recorrerem à fertilização in vitro

Uma conquista emocionante foi celebrada no Hospital Unimed Tubarão: a alta do bebê mais prematuro já tratado na UTI Neonatal da instituição.

O pequeno Pedro Henrique, filho de Eduarda Rocha Hoffmann e Adauto Lúcio Papadini Júnior, que nasceu com apenas 24 semanas de gestação e pesando 700 gramas, sobreviveu e recebeu alta graças aos cuidados intensivos e especializados recebidos durante os quatro meses de internação.

Eduarda e Adauto tentaram ter filhos por dez anos, sem sucesso, até recorrerem à fertilização in vitro. “Colocamos dois embriões para aumentar as chances e deu certo: vieram os dois”, contou Eduarda.

Porém a gestação teve intercorrências desde o início e, com 24 semanas e 3 dias, Eduarda entrou em trabalho de parto. Um dos bebês, João, veio a óbito dias após o nascimento.

“Pedro Henrique nasceu melhor e foi resistindo desde o dia que nasceu”, explicou o médico Willian de Carvalho Esmeraldino, coordenador da UTI Neonatal.

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“Os cuidados iniciais incluíram incubadora, intubação, ventilação mecânica e nutrição parenteral. Hoje, com quatro meses, Pedro tem uma idade gestacional corrigida de 20 dias e pesa 2.340 gramas”.

Durante os quatro meses, Pedro Henrique passou por diversas etapas de cuidados críticos, incluindo quatro cirurgias e um procedimento nos olhos para tratar a retinopatia da prematuridade, além de ventilação mecânica por cerca de 40 dias, monitoramento constante e intervenções médicas.

Cada avanço, desde o ganho de peso até a capacidade de respirar de forma independente, foi celebrado como uma vitória pela equipe médica, pelos pais e pela comunidade hospitalar.

Eduarda também compartilhou sua gratidão pelo empenho da equipe médica: “Quando eu pensava que não aguentaria mais, a equipe médica estava lá, lutando pelo Pedro. Fizeram tudo que era possível e impossível. O amor que eles têm pela profissão fez toda a diferença. O Pedro é um menino muito guerreiro”.

Médico é convidado para ser padrinho

O médico obstetra Murialdo Tezza, que realizou o parto de Pedro Henrique, compartilhou sua experiência nesta jornada desafiadora.

“A gestação de Eduarda foi complexa desde o início. Ela me procurou no começo da gestação por ter realizado uma fertilização in vitro após muita dificuldade para engravidar. Desde o início enfrentamos ameaças de aborto e, com 16 ou 17 semanas, identificamos um colo uterino curto, fator de risco para trabalho de parto prematuro,” explicou Murialdo.

Apesar dos esforços para evitar o parto prematuro, com 24 semanas Eduarda entrou em trabalho de parto.

“Internamos ela no Hospital Unimed e iniciamos o protocolo para inibição do trabalho de parto, mas com 24 semanas e três dias os bebês nasceram. Realizar uma cesárea nessa idade gestacional é realmente muito complicado,” relatou.

“Dos dois gêmeos, um não sobreviveu, em função da idade gestacional extrema, já que o limite da viabilidade é praticamente 24 semanas. Mas Pedro Henrique sobreviveu; foi o primeiro caso na UTI da Unimed em que um bebê sobreviveu nessas condições,” destacou o obstetra.

O vínculo criado entre o médico e a família foi além do profissional.

“Eu fazia consultas em casa, semanalmente, pois ela precisava de repouso absoluto. Acabei criando um vínculo tão forte que me tornei padrinho do Pedro. Foi uma história muito  emocionante, mexeu bastante comigo, e vejo um verdadeiro milagre aqui” concluiu.

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