Pesquisas são o retrato de um determinado momento, costumam dizer os especialistas nesse assunto. Partindo desse pressuposto, o atual prefeito e candidato à reeleição Joares Ponticelli ficou muito bem na foto que foi feita entre sexta (9) e sábado (10) pelo Instituto Mapa, e publicada na edição desta terça do Diário do Sul.
Com mais da metade dos votos se a eleição tivesse sido realizada nesse final de semana, os demais quatro candidatos juntos sequer chegaram perto das intenções de voto atribuídas ao atual prefeito. Não quer dizer, obviamente, que ele já esteja reeleito. É, como dito logo de início, um retrato daquele momento.
A campanha agora que começou. Os demais nomes são desconhecidos da maioria da população, e tendem a crescer a partir da propaganda eleitoral. Agora começam os ataques também, tentando desqualificar quem está liderando. No final, os ataques costumam tirar poucos votos de quem apanha, e muitos votos de quem bate.
Hoje mesmo, dr. Cristiano, talvez decepcionado com seu fraco desempenho na pesquisa, atacou o Diário do Sul e o Instituto Mapa. Esqueceu que os adversários dele são os outros quatros candidatos, não o jornal ou o instituto. Querendo insultar o jornal, dr. Cristiano chamou o DS de Folha de São Paulo de Tubarão. Isso é um grande elogio para qualquer jornal.
Se ele duvida dos números, que contrate uma pesquisa com outro instituto e a divulgue. Só não vale enquete de Facebook. Pesquisa eleitoral, publicada em veículo de comunicação, tem que ser registrada na Justiça Eleitoral. Os dados são abertos, e todos os partidos têm acesso a todos os dados. Isso é o que garante a credibilidade delas.
Dr. Cristiano ficou conhecido em Tubarão após ter tido vazado um áudio de uma conversa sua recheada de palavrões, quando era diretor técnico no HNSC, onde criticava a Unisul, que então devia ao hospital, segundo ele, meio milhão (“não nos pagam porque são filhos da p...”) e dizia que o curso de Medicina da universidade era “uma vergonha”.
Na acusação mais grave, disse que só tinha médico corrupto no HNSC (“só tem corrupto, só tem corrupto no nosso meio” – reforçou). Numa sessão da Câmara de Vereadores da qual participou, em 2018, disse que os médicos do hospital formavam “uma máfia”. Falou também em cartel e fez outras acusações igualmente graves.
Em nota na época, o hospital afirmou que as declarações do dr. Cristiano, contidas no áudio vazado, não condiziam com a postura e com os valores da instituição. Semanas depois do vazamento, ele foi demitido do HNSC. Sobre a denúncia de que os médicos tubaronenses compõem uma verdadeira máfia, o caso está na Justiça.
Sobre a credibilidade do Diário do Sul, posta em xeque pelo médico, é porque ele chegou em Tubarão há poucos anos e desconhece a história construída diariamente pelo jornal ao longo dos anos, assim como o fato do DS publicar pesquisas desde 1996. Essa já é a sétima eleição municipal que o jornal cobre. Com o tempo, ele aprenderá mais sobre o DS e, tomara, sobre Tubarão também.