Uma das consequências é a queda da qualidade do leite, que perde valor de mercado
Apenas 40 das 72 vacas leiteiras do plantel do produtor Dairson Vandresen, em Santa Rosa de Lima, estão produzindo atualmente. O pasto da propriedade anda seco e com poucos nutrientes, e o plantio de aveia, que garantiria a alimentação dos animais durante o inverno, não cresce.
A situação de Dairson se assemelha a tantos outros produtores de Santa Rosa de Lima e região. O principal motivo é a prolongada estiagem deste ano, marcado por poucas chuvas no verão e no outono. “Com toda esta estiagem, fomos obrigados a ‘secar’ (interromper a lactação de) muitas vacas. O normal é secarmos, como forma de dar um descanso, uns 10% do plantel. Mas hoje estamos com cerca de 40% das vacas sem produção. Esses 30% de diferença ocorre por causa do pasto, que com a seca não oferece boa nutrição. Então, para parte do plantel temos que parar com a lactação e manter em confinamento”, lamenta o produtor.
Outro problema é a qualidade do leite, que tende a diminuir e perder valor de mercado. Embora a produção de leite seja a mais afetada, outros setores também apresentam dificuldades. No plantio de hortaliças, agricultores estão precisando fazer uso de irrigação artificial, e já tem faltado água nas torneiras das casas das propriedades rurais.
Como forma de amenizar o impacto da estiagem, a prefeitura tem promovido algumas ações. "Na medida do possível, estamos indo até as propriedades com nosso maquinário para abrir buracos próximos a áreas alagadiças, como banhados e nascentes, para garantir a água dos animais”, informa o secretário municipal de Agricultura, Indústria e Comércio, Luiz Schmidt.