Por favor, parem de usar a expressão “Você precisa de terapia” como um ataque. Essa frase, tantas vezes dita com sarcasmo ou desprezo, transforma algo tão valioso em uma arma para desqualificar o outro. Terapia nunca deveria ser associada a fraqueza, loucura ou inadequação. Pelo contrário, buscar terapia é um ato de coragem, de quem se atreve a olhar para si mesmo e reconhecer que o autoconhecimento é uma jornada sem fim.
Quando alguém sugere terapia com genuíno cuidado, é um gesto de amor, uma preocupação com o bem-estar do outro. Mas quando essa mesma sugestão vem carregada de ironia, perde sua essência e passa a soar como julgamento. É como dizer: “Você está errado, você não está bem, e eu não quero lidar com isso.” Assim, o que poderia ser um convite para crescer se transforma em uma tentativa de diminuir.
Fazer terapia não é para os fracos, é para os fortes. É para quem entende que a vida nos desafia, que as dores e dúvidas fazem parte do caminho e que pedir ajuda não nos torna menores, mas mais humanos. Terapia é para quem se atreve a encarar seus fantasmas, suas sombras e até mesmo seus próprios preconceitos.
Precisamos parar de tratar a busca por saúde mental como um tabu ou como algo a ser usado contra o outro. Terapia não é sentença, é liberdade. Não é um rótulo, é uma escolha. E, acima de tudo, é uma forma de respeito consigo mesmo.
Então, antes de usar “Você precisa de terapia” como ofensa, pergunte a si mesmo: o que eu estou tentando dizer? Se for preocupação genuína, diga isso de outra forma, com empatia. Caso contrário, guarde o comentário. Porque a terapia, quando buscada, não é para agradar ninguém, mas para curar a si mesmo.
Afinal, quem busca terapia não está fugindo de quem é; está correndo em direção ao que pode se tornar.
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