(Ou é tudo sobre um padrão inalcançável pra instalar neuras e te vender soluções que você não precisa?)
Nos últimos tempos, a palavra “saúde” virou vitrine. Está no rótulo do suco, na chamada da academia, no feed da influenciadora que sorri segurando cápsulas mágicas. Está no prato colorido, no cosmético da moda, no creme que promete rejuvenescimento instantâneo. Saúde vende.
Mas será que quem te vende “saúde” está, de fato, preocupado com ela?
Ou será que, bem disfarçado de cuidado, está apenas empacotando insegurança? Instalando pequenas neuras que te fazem olhar no espelho e não se gostar tanto assim? Porque quanto mais você duvida de si, mais soluções você compra. Soluções que talvez você nem precise.
A ditadura do corpo perfeito se travestiu de bem-estar. Não te manda mais “emagrecer a qualquer custo”, mas sussurra que autoestima é ter abdômen trincado. Não te diz que “rugas são feias”, mas sugere que “prevenção” é nunca deixar o tempo aparecer na pele. A saúde virou mais um mercado de consumo do que um estado de equilíbrio.
E a verdadeira saúde… Ah, essa não se mede só em medidas ou exames. Ela é o conjunto do que você sente, pensa e vive. É a paz de uma mente que não se tortura com padrões inalcançáveis. É o corpo que se move com leveza e respeito, sem precisar de comparações. É o descanso que você se permite, a gargalhada que você solta, a comida que você saboreia sem culpa.
Talvez a pergunta mais honesta que devêssemos nos fazer seja: isso que estão me vendendo me aproxima de mim ou me afasta de mim?
Cuidado, meu bem. Nem tudo que reluz é autocuidado.
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