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BLOGS E COLUNAS

A eternidade que habita a palavra Mãe

11/05/2025 12h11

Ser mãe é habitar dois tempos ao mesmo tempo: o instante e a eternidade. No instante, é o toque da mão pequena que segura seu dedo como se segurasse o mundo. Na eternidade, é a memória invisível que se aloja no peito de um filho, mesmo quando ele já não lembra exatamente da textura daquela mão.


Mãe é a primeira casa que moramos. É quem nos empresta o corpo antes de termos o nosso, quem nos empresta o peito antes de termos coragem e quem nos empresta a esperança antes de sabermos sonhar. Ser mãe é ter o coração batendo fora do peito e ainda assim seguir respirando. É o paradoxo de ensinar a voar com a alma rasgada de saudade a cada decolagem.


Há uma solidão silenciosa na maternidade que pouco se fala: aquela de ser tantas e ainda assim ser uma só. A mãe que acolhe, a mãe que orienta, a mãe que espera, a mãe que solta. A mãe que sorri nas conquistas dos filhos e chora escondido suas próprias derrotas. A mãe que envelhece lentamente enquanto os filhos florescem rapidamente. Ser mãe é a arte de se anular sem desaparecer, de se doar sem perder a si mesma, de ceder espaço sem perder o lugar.


Mas no meio de todas essas entregas, há uma lição sutil que toda mãe aprende e, um dia, todo filho percebe: que a missão de uma mãe nunca foi apenas criar um filho. A missão foi criar um ser humano que não precise mais dela — e ainda assim escolha voltar. Que volte pelo cheiro do café, pela lembrança do colo, pela força da palavra que sempre soube acolher e corrigir sem ferir.


Ser mãe é construir uma eternidade dentro do efêmero. É moldar o caráter com as pequenas coisas — as manhãs de escola, as conversas à mesa, o cuidado com as febres da alma e do corpo. É uma missão que começa na primeira batida do coração alheio dentro de si e nunca mais termina, nem mesmo quando a mãe parte.


Porque mãe não morre. Mãe permanece no jeito de dobrar as roupas, no tempero da comida, no conselho que surge sem que a gente perceba que foi dela que veio. Mãe é herança afetiva que o tempo não apaga. É raiz que o vento não leva.


E talvez, no final das contas, a missão de ser mãe não seja outra senão esta: ensinar o amor que fica mesmo quando os braços não alcançam mais.


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SIBÉLE CRISTINA
Coluna atualizada de segunda a sábado
Sibéle Cristina Garcia é apresentadora do programa Mais Mulher na UniTVSC desde maio de 2008. Graduada em Pedagogia e Marketing. Pós-graduada em Sexualidade Humana e Sexologia. É especialista em Relacionamento Abusivo, comunicadora, terapeuta e encorajadora da liberdade feminina.
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