Você já reparou que a gente nunca sai inteiro de uma separação? Sai pela metade. Sai em silêncio, com os braços ainda estendidos, como se faltasse alguma coisa pra carregar. E falta. Falta o que ficou. O que não volta. O que não dá pra pedir de volta.
Amor não tem recibo.
Não tem comprovante de transferência.
Não tem protocolo de devolução.
Tudo o que você deu — tempo, afeto, noites mal dormidas, apoio nos dias difíceis, cuidado, paciência, presença — vai junto com o outro. E você fica. Com um vazio onde antes tinha entrega.
Você pode até querer de volta… mas amor não é produto. E saudade, minha amiga, não faz estorno.
Ninguém devolve as conversas no sofá, os planos divididos, os jantares feitos com carinho. Ninguém reembolsa a alma. E é isso que dói. Não é só a perda do outro — é o rombo de tudo o que você foi enquanto amava.
Mas é também aí que mora a beleza: o que foi dado com verdade não se perde, mesmo que o outro vá embora. Fica em você. Como sinal da sua capacidade de amar. Como marca da sua profundidade.
Separação não tem troco, mas tem recomeço. Tem reconstrução. Tem reaprendizado. Você não sai com tudo o que deu — é verdade. Mas sai com algo maior: a certeza de que foi inteira. Que não economizou sentimento. Que não se escondeu do amor por medo de depois perder.
E no fim das contas, isso é o que mais vale.
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