A química é bonita. É aquele frio na barriga, a pele que arrepia com um toque, o olhar que fala mais do que mil palavras. É o começo, o encanto, o que faz a gente se perder um pouco de si — e se entregar. Mas não é o suficiente.
Quando for escolher alguém pra dividir a vida, olhe além da química. Ela acende, mas também apaga. E o que fica, depois que a paixão acalma, é o jeito como essa pessoa te trata no dia a dia.
Observe como ela fala com você quando está cansada, irritada, contrariada. Como lida com os próprios fracassos, com os problemas no trabalho, com as frustrações da vida. Porque amor bonito não é aquele que só floresce nos momentos fáceis — é aquele que permanece gentil mesmo nos dias ruins.
Veja como trata os outros: o garçom, a faxineira, o porteiro. Quem é gentil apenas com quem pode lhe oferecer algo, na verdade, não é gentil — é interesseiro.
Repare na forma como administra o tempo. Se a pessoa só tem disponibilidade quando é conveniente pra ela, cuidado. Quem quer estar, arruma um jeito. Quem não quer, inventa uma desculpa.
O romance, por mais encantador que seja, é só a moldura. O que sustenta a vida a dois é o caráter, é o respeito, é a maturidade de quem sabe que relacionamento não é palco, é construção. E que ninguém sustenta amor onde falta admiração.
Escolher alguém pra compartilhar a vida vai muito além da intensidade. É sobre segurança emocional, é sobre saber que você pode ser quem é — sem medo. É sobre crescer junto, cair e ser amparado, rir do comum e não precisar de espetáculo.
A química pode acender a chama. Mas é o caráter que impede que ela se apague.
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