Tem gente que acorda amargando a língua e sai espalhando fel em forma de palavra. Um bom dia atravessado, uma crítica gratuita, um olhar enviesado. E se você der atenção, pronto: o veneno entra. Vai percorrer a corrente sanguínea emocional, e se bobear, intoxica o dia, a semana, a alma.
Mas aqui vai uma verdade que salva: veneno só faz mal se você engolir.
Quantas vezes você já viu alguém despejando frustração nos outros, disfarçada de conselho ou opinião sincera? Quantas vezes tentou entender, justificar, engolir para manter a paz? Acontece que engolir o que não é seu vira dor de estômago emocional. E ninguém precisa carregar o que não veio de dentro.
Ignorar, às vezes, é um ato de amor-próprio. Não é sobre arrogância ou desprezo. É sobre higiene emocional. É saber que tem coisa que a gente ouve, respira fundo e deixa passar. É entender que algumas palavras são pedras, mas só machucam se você carregar.
Quando alguém tenta te contaminar com raiva, inveja ou julgamento, respire. Lembre-se: isso não é meu. Devolva em silêncio. Siga em frente. Você não é lixeira para depósito de toxinas alheias. Você é jardim — cultive flores, não absorva pragas.
Se a língua do outro for afiada, afie o seu silêncio. Se o olhar do outro for ácido, proteja a sua visão com amor próprio. E se o outro quiser guerra, ofereça distância.
Ignorar não é fraqueza. É maturidade. É saber que nem toda provocação merece resposta, nem toda flecha merece combate. Tem coisa que a gente vence é com desprezo — e segue linda, leve e absolutamente intacta.
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