Esqueça aquela Odete Roitman amarga da novela.
A nova versão voltou com desejo, coragem e homens sarados à disposição.
Ela não está mais preocupada em agradar. Está ocupada demais em viver.
Ela não reprime o prazer – ela convida.
Compra o que quer, domina o próprio corpo, se diverte sem pedir desculpas.
O que ela não tolera mais é a ideia ultrapassada de que mulher madura precisa se apagar. Ser discreta. Vestir tons neutros. Cruzar as pernas e abaixar a voz.
Essa nova Odete – que mora em tantas de nós – é afrontosa.
Porque ousa viver quando o mundo queria vê-la encolhida.
Porque ainda goza, ainda dança, ainda provoca, ainda deseja.
E mais: porque ousa dizer isso em voz alta.
Sim, na vida real também tem muita mulher que redescobre o tesão depois dos 60.
Tem quem volte a se olhar com fome.
Tem quem descubra novas formas de prazer.
Tem quem nunca tenha vivido um orgasmo verdadeiro antes – e agora se permita.
Mas também tem quem não queira.
Tem quem se baste na própria companhia.
Quem descubra o prazer de estar só, de não ter que explicar nada pra ninguém.
E tudo bem.
Porque o ponto não é o desejo – é a liberdade.
Liberdade de escolher, de dizer sim, de dizer não.
De ser quem quiser, sem precisar encolher o corpo nem os sonhos.
Chega de silenciar mulheres maduras como se tivessem passado da data de validade.
Chega de querer colocá-las num cabide emocional feito de regras e bons modos.
Elas não são invisíveis. Elas não são “avós genéricas”.
Elas são inteiras, complexas, desejantes, criativas, livres.
Se você ainda não conheceu uma Odete dessas, preste atenção.
Talvez ela esteja na mesa ao lado, com um batom vermelho e um olhar que não baixa pra ninguém.
Ou talvez ela more dentro de você, só esperando a coragem de se manifestar.
O que não dá mais é pra continuar calada.
Porque o silêncio envelhece muito mais do que a idade.
Receba outras colunas direto em seu WhatsApp. Clique aqui.