O beijo é o termômetro silencioso do amor.
Quando está quente, é sinal de que há desejo, conexão, vontade de se aproximar. Mas quando esfria – e, pior, desaparece – ele anuncia o que a boca ainda não teve coragem de dizer.
No começo, o beijo é frenético, constante, urgente. Não importa onde: no carro, no corredor, no elevador. É beijo de chegada, de partida, de saudade que mal teve tempo de se formar. É encontro de almas através dos lábios.
Mas, com o tempo, algo muda.
O beijo vai ficando mais raro, mais protocolar, mais seco. Um selinho rápido, um toque distraído, uma obrigação social. Até que um dia… ele simplesmente não acontece mais. E ninguém fala sobre isso.
É curioso como o beijo é o primeiro gesto íntimo de um casal – e quase sempre o primeiro a desaparecer quando a relação entra em decadência.
Antes mesmo de acabar o sexo, antes mesmo de acabar a conversa, acaba o beijo.
Porque o beijo exige entrega.
Ele não se finge. Não se força.
É necessário querer. Sentir. Desejar.
E quando a vontade de beijar vai embora, quase sempre já levou com ela o encantamento, o cuidado e a admiração.
O beijo é a declaração muda de um amor ainda vivo. E sua ausência é o grito calado de algo que está morrendo.
Relacionamentos não costumam acabar de uma vez. Eles vão deixando de ser nas pequenas coisas – e o beijo é uma das primeiras a partir.
Por isso, preste atenção. Não nos beijos dados, mas nos que deixaram de acontecer.
Eles dizem mais do que mil discussões.
E se ainda for tempo, reencontre o beijo.
Porque onde há beijo com alma, há ainda chance de resgate.
E quando já não há beijo… talvez o que reste seja só a lembrança do que um dia foi amor.
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