A academia estava cheia. Gente suando, aparelhos disputados, música alta, espelhos revelando corpos e cansaços. Você chegou, olhou em volta e pensou em desistir. “Tá lotado.” Mas, então, algo em você respondeu: melhor uma academia cheia do que um hospital lotado.
E essa frase ficou martelando.
Porque é verdade: o esforço que hoje parece exagerado, amanhã pode ser o que salva. Melhor suar agora do que chorar depois. Melhor sentir o peso da barra do que o peso de um diagnóstico. Melhor respirar ofegante por uma série puxada do que por um pulmão comprometido.
A gente reclama do tempo, da rotina, da dorzinha aqui, da preguiça acolá. Mas esquece que o corpo fala. Ele grita quando é ignorado. E, mais cedo ou mais tarde, quem não se exercita por escolha pode acabar se movimentando por necessidade – entre corredores de hospital, exames, laudos e tratamentos.
E quanto à idade? Ora, que honra ser o mais velho da academia! Que vitória calçar o tênis enquanto outros calçam a pantufa da resignação. Que privilégio desafiar o tempo com atitude, e não com lamento.
Melhor ser o mais velho treinando do que o mais novo internado.
Porque a saúde não é só ausência de doença. É presença de coragem. É o compromisso silencioso que fazemos com a vida: de cuidar do que temos antes que o corpo nos cobre o que negligenciamos.
Não se trata de ter o corpo perfeito. Trata-se de ter energia para viver. Mobilidade para abraçar, subir escadas, correr atrás dos netos, dançar num casamento, manter a autonomia.
Então, sim, vá à academia mesmo lotada. Alongue-se mesmo cansado. Caminhe mesmo que devagar. Não espere que a dor te ensine o que o autocuidado já vem sussurrando há tempos.
Porque o esforço de hoje é o investimento no amanhã. E, nesse contrato com a vida, cada gota de suor vale muito mais que qualquer lágrima de arrependimento.
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