A medicina já manda robôs para dentro do coração, imprime órgãos em 3D, faz cirurgias sem cicatriz e promete até a cura de doenças genéticas. Mas, quando o assunto é prevenção do câncer de mama, nós, mulheres, ainda somos convidadas a colocar o peito entre duas placas frias, como quem amassa roupa em tábua de passar.
É desconforto, é dor, é constrangimento. A gente aguenta porque sabe que é pela vida. Aguenta porque a prevenção vale mais do que qualquer incômodo. Aguenta porque ser mulher sempre foi também um exercÃcio de resistência silenciosa.
E o curioso é que, enquanto isso, muitos homens ainda reclamam do exame de próstata. Um toque. Um instante. Um desconforto mÃnimo diante de um diagnóstico precoce que pode salvar a própria vida.
A diferença está aÃ: nós suportamos até o esmagamento. Eles, à s vezes, não toleram nem a pontinha de um dedo.
Talvez a verdadeira evolução da medicina não esteja apenas nos aparelhos de última geração, mas na coragem de enfrentar o que salva. Porque avançada mesmo é a consciência de que cuidar da saúde é um ato de amor — e amor não combina com frescura.
Receba outras colunas direto em seu WhatsApp. Clique aqui.