O ódio não surge do nada. Ele não brota em corações vazios, nem se instala em almas tranquilas. O ódio, como bem disse Carpinejar, entra no coração a partir do medo. É o medo que o alimenta, que o fortalece, que o transforma em arma.
Medo do que não entendemos. Medo do que é diferente. Medo de perder o que julgamos nosso, mesmo que nunca tenha sido. É no espaço entre a insegurança e a ignorância que o ódio encontra terreno fértil. Ele se veste de defesa, mas é ataque. Se disfarça de força, mas é fraqueza.
E o medo, tão traiçoeiro, nos faz acreditar que estamos certos. Nos cega, nos isola, nos impede de enxergar o outro como ele realmente é. O ódio é a sombra que o medo projeta, e quem o carrega vive em constante escuridão.
Mas existe um antídoto. Porque onde há amor, onde há coragem, o ódio não tem espaço para crescer. A compreensão desarma o medo. A empatia dissolve as barreiras. Quando nos abrimos para ouvir, para conhecer, para acolher, percebemos que aquilo que temíamos não era tão assustador assim.
É difícil, eu sei. Porque o medo grita, e a coragem sussurra. Mas é preciso ouvir o sussurro, é preciso se questionar: De onde vem meu ódio? Do que estou realmente com medo? Só assim conseguimos romper o ciclo.
No fim, o ódio é um prisioneiro do medo. E quem aprende a enfrentar seus medos se liberta - do ódio e de tudo o que ele carrega.
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