Ninguém ensina a atravessar o que nunca se viveu. Por isso o desconhecido assusta tanto. É como andar por um corredor escuro, confiando apenas no próprio tato — e na esperança de que haja luz do outro lado.
Você pode ter fé, bons médicos, amor por todos os lados. Pode repetir mil vezes que vai dar certo. E ainda assim sentir medo. Porque o medo é parte do processo. Ele vem não para paralisar, mas para lembrar que o que você está enfrentando é grande. E tudo que é grande merece reverência.
Você não tem medo porque é fraca. Tem medo porque é consciente. Porque sabe da preciosidade que é a vida. Porque ama viver. Porque tem uma história que ainda quer continuar escrevendo — com sua letra, seu tempo, seu jeito.
Sim, é a cabeça. Esse lugar que comanda tanto. Que abriga memórias, ideias, sentimentos, decisões. E só de imaginar alguém mexendo ali dentro dá um frio profundo na espinha. Mas há mãos preparadas. E há uma força em você que não se explica — só se sente.
Você não está sozinha nessa travessia. Há fé, há amor, há oração. Há um Deus que conhece cada fio do teu cabelo, e que estará contigo no centro cirúrgico, mesmo que você não o veja. Há pessoas com o joelho no chão por você. Há uma legião silenciosa te sustentando, mesmo quando suas próprias pernas falharem.
Talvez hoje tudo pareça assustador demais. Mas amanhã, daqui a algum tempo, você vai se olhar no espelho e dizer: “Eu fui. Eu tive medo, mas fui.”
E isso, minha querida, é coragem.
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