Dizem que o tempo cura, mas quem já perdeu alguém sabe que o tempo apenas ensina a conviver com a ausência. A dor não desaparece, ela se acomoda. Troca de roupa, muda de lugar dentro do peito, mas não vai embora. O luto não tem prazo de validade, não segue calendário, não respeita lógica. Ele simplesmente existe.
Esquecer um ente querido é fazer com que ele morra duas vezes. A primeira, inevitável, é quando o corpo se despede. A segunda, cruel, é quando a memória o abandona. Por isso, guardar lembranças é um ato de resistência e de amor. É a forma mais bonita de manter viva a presença de quem partiu.
As pessoas costumam pedir para seguir em frente, como se o luto fosse uma estrada com quilometragem definida. Mas não é. O luto é um lugar onde a gente aprende a morar. Um endereço interno, com janelas abertas para o passado e portas que se esforçam para continuar no presente.
Com o tempo, as lágrimas dão espaço a sorrisos de lembrança. A saudade deixa de ser apenas dor para também ser gratidão. Mas a falta… essa é eterna. Porque quem amamos nunca é substituível.
O luto é para sempre. Porque o amor também é.
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