“Viva como se estivesse de partida.” A frase de Rafael Henzel não é conselho barato, nem manual de autoajuda de prateleira. É testemunho. É grito de quem conheceu o limite, atravessou o impossível e voltou com uma certeza: a vida não é ensaio.
A gente passa tempo demais adiando — o abraço, a viagem, a ligação, o perdão. Guardamos palavras no bolso como quem acredita que terá sempre amanhã. Mas amanhã é uma invenção frágil, uma promessa que pode não se cumprir.
Viver como se estivesse de partida não é viver com pressa, é viver com presença. É saborear o café como se fosse banquete, ouvir a voz de quem se ama como se fosse última música. É deixar menos pratos para depois e mais memórias para agora.
Henzel sobreviveu para nos lembrar de que a vida não cabe em planos distantes, ela cabe no instante. E o instante é agora, enquanto o coração pulsa, enquanto o fôlego existe, enquanto os olhos ainda reconhecem a beleza escondida no banal.
Viver como se estivesse de partida é não esperar a tragédia para dar valor. É ter a coragem de ser inteiro hoje, mesmo que amanhã nunca venha.
No fim, não é sobre partida. É sobre permanência. Quem vive de verdade nunca parte por completo.
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