Vivemos em tempos de respostas prontas. Uma busca rápida na internet, e lá estão elas: as “certas”, as “melhores”, as “mais procuradas”. Somos inundados por soluções, manuais e caminhos já traçados. Mas será que, ao focarmos tanto em responder, não esquecemos a importância de perguntar?
Mário Quintana, com sua sagacidade poética, nos lembra que a essência não está na resposta perfeita, mas na pergunta bem-feita. E, cá entre nós, isso não muda tudo?
As perguntas certas têm uma magia própria. Elas abrem portas que nem sabíamos que estavam lá, revelam paisagens ocultas dentro de nós e nos fazem crescer de uma forma que as respostas nunca poderiam. Perguntar é um ato de coragem. É admitir que não sabemos tudo, que somos aprendizes eternos.
Pense naquele momento em que a vida te desafiou. Não foi uma resposta que te moveu, mas a pergunta que te inquietou: “E se eu tentar de outro jeito?” “O que realmente importa para mim?” “Qual o próximo passo?” As perguntas são faróis em meio à névoa. São elas que iluminam os caminhos incertos e nos fazem andar, mesmo quando não vemos o destino final.
Respostas são estáticas. Perguntas, dinâmicas. Uma resposta encerra, um ponto final. Uma pergunta, ao contrário, é uma vírgula, um sopro de continuidade. Por isso, é perigoso contentar-se com respostas demais. Elas confortam, mas podem nos acomodar.
Então, ao invés de buscar tanto pelo que é “certo”, que tal olhar para dentro e perguntar: “Estou perguntando as coisas certas?” Porque, no fundo, como bem dizia Quintana, o essencial é isso. O mundo pode nos dar muitas respostas, mas somente as perguntas certas nos levam para onde precisamos estar.
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