Por tanto tempo, romantizamos o sofrimento. Dissemos que amar era suportar, que ser forte era aguentar calada, que as dores lapidavam almas e que as mulheres, ah… essas nasceram para suportar tudo. Nos ensinaram a aplaudir quem se doa até o esgotamento, quem aguenta desaforo, quem se anula pelo outro.
E se trocássemos essa lógica? Se, ao invés de normalizar o peso, déssemos espaço ao afeto? Se, no lugar de exaltar a resiliência diante da dor, aprendêssemos a valorizar o cuidado?
Que ser mimada deixe de ser visto como capricho. Que possamos receber amor sem culpa, ser tratadas com carinho sem precisar merecer. Que possamos ser mimadas por nós mesmas e pelos outros, sem a necessidade de provar nossa força através do sofrimento.
Porque o cuidado deveria ser regra, não exceção. O mimo, uma constante, não um luxo. Amar não deve ser sinônimo de cansaço, e a vida não precisa ser uma prova diária de resistência.
Que sejamos bem tratadas, bem cuidadas, bem amadas. E que, acima de tudo, paremos de achar que isso é pedir demais.
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