Com o beijo na boca, você enfrenta a timidez. Porque no beijo não há disfarce: é pele na pele, fôlego no fôlego, a verdade sem legenda. É o mergulho sem boia, o salto sem rede. É quando a língua esquece o idioma e fala apenas o que o corpo sempre soube.
Mas dar a mão… ah, dar a mão é enfrentar o mundo inteiro. É declarar posse e entrega ao mesmo tempo. É caminhar no meio da rua com o peito aberto, como quem diz: “eu tenho alguém e esse alguém também me escolheu”. O beijo pode ser segredo, furtivo atrás de uma porta. A mão dada é anúncio, vitrine, bandeira.
No beijo, você enfrenta o medo do ridículo, do não saber se vai ser aceito.
Na mão, você enfrenta o medo da vida, da solidão, da travessia.
Beijar é início.
Dar a mão é permanência.
E talvez seja por isso que, no fundo, a gente sempre espera mais que um beijo: espera a mão que nos puxa, que nos sustenta, que nos leva junto. Porque o beijo pode ser instante, mas a mão é caminho.
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