Ser forte demais cansa.
Ser aquela que engole sapos, engole lágrimas, engole o grito preso na garganta — adoece.
Tem quem aplauda a mulher que “aguenta tudo”: o desrespeito, o silêncio atravessado, o desprezo disfarçado de costume. Tem quem chame isso de maturidade, resiliência, “sabedoria feminina”. Mas não é. É autoviolência.
Aguentar tudo te custa tudo: a paz, a saúde, o brilho no olho, a voz firme, a coluna ereta, o riso solto.
Ser mulher não é sinônimo de aguentar. É direito de existir inteira, com limites, com “basta”, com “isso eu não aceito”.
A mulher que aguenta tudo é a mesma que, aos poucos, se perde de si. E ninguém percebe. Porque ela sorri. Porque ela serve. Porque ela sempre diz “tá tudo bem”.
Não, não está.
Não romantize a mulher que carrega o mundo nas costas. Ajude-a a colocar o mundo no lugar. Respeite seus limites. Honre sua coragem de dizer “não”.
Aguentar tudo não é virtude. É alerta.
Que sejamos, antes de fortes, livres.
Antes de guerreiras, humanas.
Antes de aguentar tudo, capazes de escolher o que não vamos mais suportar.
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